Tá cheio de vazio aqui


Mais uma vez aquela velha história de sentimentos. Acho que todo mundo já deve ter se sentido assim em algum momento da vida, aquele momento em que a gente está em um lugar lotado de pessoas, mas se sente sozinho, sabe? É meio difícil sentir isso em um local que justamente não é ou não dá pra se sentir assim, tipo uma balada ou festa.

Chega o tão esperado sábado e sua amiga tá lá animada pra sair com o boy dela, porém ela não quer fazer um programa de casal, ela quer ir pra balada. Ok. Sempre tive aquele pézinho em ser a vela né? Mas aí dessa vez falei que só iria se mais alguém fosse, seja homem ou mulher, tanto faz, só queria ter alguma companhia de dança. Eu vou para a balada pra dançar, porque da primeira vez que fui na vida, fui pensando em dar uns beijos na boca, mas acabei me frustrando bonito, por isso que desde então eu vou com a cabeça de que vou pra dançar até minhas pernas não me aguentarem mais. Daí ela chamou a amiga dela que é solteira e não bebe, então pensei “A Clarisse tá no mesmo barco que eu, beleza, vai ser tranquilo”. Nossa, que erro meu.

O DJ tá lá tocando várias músicas legais e que eu adoro dançar. Danço pra cá, danço pra lá. A amiga tá nos amassos com o boy e a Clarisse tá dançando do meu lado, até que ela consegue um camarote pra gente ter mais espaço pra dançar e, opa, bebida de graça. Ok, vamos lá! Nossa, errei feio de novo.

Danço pra cá, danço pra lá, olho pro lado e Clarisse está se agarrando com um boy aí, e eu penso “Tá, tem vários outros boys por aí, daqui a pouco um vem conversar comigo”. Nossa, pensei que ia errar de novo, mas acertei, acertei meio torto. Veio um boy falar comigo, mais pra lá do que pra cá, então logo percebi que ele devia tá me vendo uma deusa, porque ficou ali insistindo, eu ainda estava sóbria e soltei um “Vim pra dançar, tchau”, afinal ele era chato mesmo, nem liguei.

Olho pra um lado e vejo uns amassos. Olho pro outro lado e vejo uns beijos rolando ali. Pensei “Já que não tem boy, vai bebida mesmo”. Nossa, errei fatalmente dessa vez, mas também foi o último erro dessa história.

Bebi uma vodka com um suco ruim lá misturado, uns dois copos foi o minimo pra me fazer descer do camarote e ir rebolar em frente ao palco junto com os colegas gays de balada que, inclusive dançam melhor do que eu, muito melhor, mas sabe aquele sentimento que falei no inicio? Foi isso que senti em todo o momento. Estava ali rodeada de gente, mas ao mesmo tempo me sentindo em um lugar vazio e com eco. Eco esse que, “no dia seguinte”, ficou na minha cabeça em forma de ressaca. 

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17 Comments
  • Giulia Tavares
    novembro 7, 2015

    Adorei seu texto! Você conseguiu transmitir muito bem todos os sentimentos através das palavras.
    Beijos

    http://luadefevereiro.blogspot.com

  • Bela Hanajima
    novembro 7, 2015

    Amei! Que texto lindo!

  • Luiza Chianca
    novembro 7, 2015

    Ei, passando pra dizer que não é só você que se sente assim hahah
    Como diz Criolo "Os bares estão cheios, de almas tão vazias"
    Beijos <3
    ritmoamorepoesia.blogspot.com.br

  • Joice Bianca
    novembro 7, 2015

    Hahaha adorei o texto Thami! Não é só você amiga muitas pessoas passam por isso!
    Beijão!

    estilodesobrababy.blogspot.com

  • Oieee c: Gostei muito do texto. Você descreveu totalmente o que as vezes todo mundo sente, mas não admite. Gostei demais da sua sinceridade. As vezes estamos rodeados de pessoas, mas nos sentimos muito só. Fazer o quê né?? Complicado coração!!

    Está a fim de ver como foi o pocket show exclusivo da cantora Demi Lovato em São Paulo??

    Correee lá no blog e veja como foi essa minha experiência incrível!! Beijinhos *-*

    http://www.sonhosperdidos.com.br/2015/10/pocket-show-da-demi-lovato-sao-paulo.html#.Vj6ZnLerTIU

    • Thami Sgalbiero
      fevereiro 3, 2017

      Sim, Mariana! Obrigada 😀

  • Jeice Cruz
    novembro 8, 2015

    Eu senti isso na segunda vez que fui em uma balada.Minha primeira experiência com baladas não foi lá muito boa e da segunda vez eu pensava que ia ser a coisa mais foda da minha vida,afinal eu realmente queria sair pra dançar e ir em um lugar onde tocassem as minhas músicas favoritas que tenho que me limitar a ouvir no fone de ouvido ou no computador com minha família enchendo o saco. Foi uma experiência legal,mas o vazio estava lá,mas acho que é mais pela expectativa fora da realidade que criamos,tipo o desejo de encontrar alguém legal (sério? em uma balada?),ou a vontade de se sentir livre por finalmente estar em um lugar onde sua família e nem ninguém vai te perturbar,mas no final de tudo eu e meus amigos fomos pra frente da pista e cantamos como se não houvesse o amanhã e sim morremos de inveja dos gays que dançavam melhor que a gente hahahaha

    • Thami Sgalbiero
      fevereiro 3, 2017

      Hahahahaha! SIM! Por isso digo e repito: eu vou pra balada pra dançar, não importa o que vai acontecer lá, eu quero é dançar, haha! Acho que tudo vale também de acordo com a companhia que está ali com você né?

  • @LisiOestraich
    novembro 8, 2015

    Já me senti assim em festas, adorava sair para dançar, mas com o tempo.. Parei de gostar desses ambientes.. Prefiro a tranquilidade mesmo sozinha!! Adorei o texto .. http://www.blahoestraich.com.br

  • Amanda Marques
    novembro 8, 2015

    Eu também adorava a sensação de ir para baladas, me soltar, desligar do mundo… Mas com o tempo não conseguia mais curtir aquele barulho todo pulsando nos meus ouvidos.

    O seu texto é lindo… Beijos.

    Blog Amandices

  • Jéssica Bellisoni
    novembro 8, 2015

    Primeiro, preciso dizer que adorei o texto. Muito bom e muito real.

    Lendo o texto fui pensando em várias coisas pra te falar mas agora não sei direito no que escrever.
    Acho que primeiro de tudo é que por mais bizarro que pareça, baladas e festas são os lugares mais propensos a trazer esse sentimento. E eu acho que isso é graças aos porquês das pessoas estarem ali. Por exemplo: você quando sai pensando só em dançar, sai, dança, se diverte, volta pra casa e acorda de boa. Mesmo que morta ou de ressaca.
    Daí acontece o que aconteceu nessa noite e você começa a ficar noiada pensando que precisa de alguma companhia, precisa dar uns beijos, precisa fazer o que muitos ali estão fazendo.
    Mas cara, uma coisa que aprendi depois do termino do meu primeiro namoro foi que não adianta nada sair, "conhecer" gente nova e dar uns beijos se você vai voltar pra casa sentindo que falta alguma coisa e que aquilo não teve sentido nenhum.

    Tipo, não tem problema NENHUM sair, pegar desconhecido e acabar ali. Desde que você tenha a mente totalmente alinhada com isso. Você pode se sentir vazia porque suas amigas estão pegando caras na balada e você só falou com um bebado babaca mas isso não ia mudar nada se você tivesse ficado com um cara x lá.

    Sei lá, é um papo que da pra ter a tarde toda… mas que resumindo, depende muito das expectativas que criamos em cima das coisas. E o problema não são os lugares… são as pessoas. Pelo menos é o que eu acho.

    Beijos
    A Mente Transborda
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  • Carol
    novembro 8, 2015

    Thamis, já me senti assim diversas vezes, acho que o erro está em a gente criar muitas expectativas nos outros. Quando a gente está bem, completa e cheia de nós mesmas podemos estar em casa, tomando suco e assistindo tv que tá tudo bem. O erro é a gente achar que a felicidade está fora, nos outros, nas baladas, ai fica esse vazio, pq tudo que a gente precisa ta dentro de nós mesmos. É uma pratica constante, diária, não é tão simples como parece, mas é isso…
    Não existe fórmula, existem formas de driblar esse vazio, conhecendo cada vez mais quem nós somos, cada ser humano é diferente do outro. As vezes o que me satisfaz, não te agrada nem um pouco. Temos que buscar o que nos faz bem.
    Pelo menos a balada foi divertida vai, dançar é bom demais! heheheh
    Ressaca faz parte 🙂

    Beijos
    Caru

  • Aline Patricia
    novembro 9, 2015

    Eu sou cheia de vazio dentro de mim, se eu não estiver fazendo algo muito legal eu já me sinto vazia.

    http://alinesecretplace.blogspot.com.br/

  • Tamires Milhazes
    novembro 9, 2015

    amei o texto, sim já senti esse eco na minha cabeça umas 3x. Já fui rebolar na frente no palco kkkkkkkkkkkkkkkk Quem nunca?
    Adoro ir pra balada pra dançar, mas meu ado não gosta de nada disso. Os passeios dele são diferentes.

    Beijos Amora
    Amoras com Classe

  • La Cerejinha
    novembro 9, 2015

    Sentir esse vazio já faz parte de mim, não importa se eu sai e me diverti pra caramba, quando volto pra casa me pergunto para onde foi aquela felicidade que eu tava sentindo…

    Beijos
    http://www.lacerejinha.blogspot.com

  • Hellz.
    novembro 14, 2015

    Arraaaaasou, Thami!
    fico feliz que essa inspiração veio recorrente de uma conversa nossa. Juro que pensei que você fosse puxar mais pro lado cômico da coisa, mas adorei o tom de crítica que tu usou. Super valeu a pena essa ótica da história.

    beijo
    beinghellz.blogspot.com