Por que escolhi fazer intercâmbio na Austrália?

O título desse post é uma das perguntas que mais recebi sobre meu intercâmbio na Austrália, seja de parentes ou amigos, todo mundo quer saber o por quê de eu ter escolhido um país tão distante do meu pra fazer um intercâmbio podendo ter escolhido qualquer outro país mais próximo. Então, vamos nessa…

Preciso aprender inglês

Sou formada em Publicidade e Propaganda, área na qual existe no mundo inteiro e que tem várias palavras em inglês inseridas ali no meio. Assim como em outras profissões, quando mais habilidades você tem na sua área, melhor fica para conseguir um bom trabalho, ganhar bem, se sustentar e viver independente. O inglês é uma das habilidades que a grande maioria dos “grandes” trabalhos pedem como diferencial para a vaga.

Confesso que, antes de fazer minha faculdade, eu não tinha o sonho de fazer intercâmbio, queria apenas conhecer vários países mas apenas como turismo. Principalmente depois de ficar 1 mês em Buenos Aires. Vi a necessidade do inglês durante a faculdade e depois dela também, porque cansei de ser recusada em vagas boas de estágios e empregos justamente por não saber o inglês. Então, a partir de 2014, com meu primeiro estágio, comecei a juntar para o meu tão sonhado intercâmbio.

O plano era juntar dinheiro com os estágios e, assim que terminasse a faculdade, ir fazer intercâmbio, mas meus planos tiveram que mudar. Eu não tinha conseguido o dinheiro suficiente e tive que ficar mais 2 anos juntando (fora os outros 4 anos, totalizando aí 6 anos juntando essa grana). Porque já tinha escolhido o destino, porém esse destino não era só o valor do curso intensivo de inglês e sim o valor da passagem que, por ser longe, era mais caro.

Queria um destino fora do comum

Pensei em vários países. Como África do Sul, Itália, Singapura e Malta, porém a Austrália me ganhou pelo clima. Sabia que aqui eu poderia me sentir em casa, mas me surpreendi por me sentir muuuito mais em casa do que imaginei. Escolhi a cidade de Gold Coast – que é muito escolhida pelos intercambistas, depois de Sydney, claro – então me sinto no Rio de Janeiro em quase todos os momentos. Porque as vezes eu percebo que estou aqui e fico pensando “Nossa, eu to aqui mesmo. Que loucura!”. Então, é mais fácil de conseguir controlar a saudade de casa. Sei que o Brasil tem seus defeitos e quase todo brasileiro sonha em experimentar um pouco de fora, mas o Brasil é minha terra nativa, impossível não sentir saudades.

Queria poder me sustentar

Intercâmbio é caro. Seja qual for o país que você escolher, não é menos que R$2.000, tenha a certeza disso. Então, como bancar a ida para o intercâmbio e a vida durante o intercâmbio? Duas opções:

• Escolher um destino que tenha a possibilidade de você estudar e trabalhar legalmente no país ou
• Poder trabalhar à distância (o famoso home office) ou ser autônoma, ter a certeza de que todo mês vai ter um dinheirinho ali que vai te sustentar durante o intercâmbio.

Eu até faço alguns freelas na minha área, mas o problema do freela é que tem meses que eu tenho boas demandas e meses que não tenho nada. Não poderia ficar dependendo apenas desses freelas, então escolhi fazer intercâmbio na Austrália por isso. Na Austrália o visto de estudante te dá direito de poder trabalhar. Posso trabalhar até 40 horas quinzenais durante as aulas e ilimitada nas férias do curso. Porque sim, o curso dá direito a férias de 1 mês. Ou seja, se você pegar um curso com duração de 5 meses, você pega um visto de 6 meses porque conta esse 1 mês a mais de férias que o intercambista/aluno tem direito.

Nem todos os países dão esse direito para o estudante. Como no tão sonhado Estados Unidos você não pode trabalhar e estudar. Ou você vai com visto de estudante e só estuda, ou vai com o visto de trabalho e só trabalha. Por mais que, pra mim, eu tenha esse sonho americano guardado comigo, não pude escolher EUA pra começar essa jornada.

Queria me sentir segura

Todos nós sabemos que o Brasil não é para amadores. Rio de Janeiro então… sem comentários da carioca da gema. Mais uma vez torno a dizer: amo meu país e amo minha cidade, mas preciso concordar que é perigoso sim. Mas a segurança em um intercâmbio vai além do básico.

Uma vez que você sai do seu país para fazer um intercâmbio na Austrália (ou qualquer outro país), você se torna imigrante e, bom, não é todo mundo que gosta de imigrante como nós, brasileiros, adoramos qualquer gringo né? Nunca fui na Europa mas já ouvi bastante história sobre xenofobia e, sinceramente, eu não teria mentalidade pra lidar com isso. Sabemos que brasileiro é mais acolhedor do que qualquer outro país, certo? E já ouvimos por aí que a grande maioria dos outros países, por questões culturais, são pessoas mais “frias” do que a gente né? Pois bem… me surpreendi com os australianos, mas isso é assunto para outro post.

Estava cansada de viver no automático

Após algumas perdas que sofri ao longo desses últimos anos, comecei a viver no automático. Perdi meus objetivos e metas pelo caminho. Então, esse foi também um dos gatilhos para eu me jogar nessa aventura antes que fosse “tarde demais”. Precisava voltar a viver, sentir emoções e voltar a ser um ser humano.

Então, aqui estou eu. Hoje, fazendo 7 meses de intercâmbio na Austrália. 🙂 E lembrando que esses foram os meus motivos pra querer vir.

Mas e você? Tem vontade de fazer intercâmbio? Se sim, já tem ideia de qual destino? A Austrália passou pela sua cabeça em algum momento? Esse era o post que você procurava pra ler? Comenta aqui!

AH! E se você está perdido(a) sobre tudo isso, eu tenho essa playlist de vídeos no meu canal do YouTube com tudo o que tá acontecendo aqui na Austrália.